Foi num Ipod de músicas velhas de uma amiga minha que descobri sem querer "Almost Lover", da até então (para mim) desconhecida banda A Fine Frenzy. Que custava procurar um pouco mais sobre ela? Nada, oras. Pois bem, eis que me deparei com um som impressionantemente tocante, assinado por Alison Sudol, americana de 25 anos com quem é possível se identificar quase que de imediato.
Ironicamente, não estamos falando nem de longe sobre música frenética. O nome, na realidade, vem de um trecho de Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare (em tempo: seu livro preferido é Orgulho e Preconceito, de Jane Austen) e nada melhor que o próprio para descrever FF:
Teseu - Mais estranha do que veraz, decerto. É-me impossível acreditar em fábulas antigas e em histórias de fadas. Os amantes e os loucos são de cérebro tão quente, neles a fantasia é tão criadora, que enxergam o que o frio entendimento jamais pode entender. O namorado, o lunático e o poeta são compostos só de imaginação. Um vê demônios em muito maior número de quantos comportar pode a vastidão do inferno: tal é o caso do louco, O namorado, não menos transtornado do que aquele, enxerga a linda Helena em rosto egípcio. O olho do poeta, num delírio excelso, passa da terra ao céu, do céu à terra, e como a fantasia dá relevo a coisas até então desconhecidas, a pena do poeta lhes dá forma, e a essa coisa nenhuma aérea e vácua empresta nome e fixa lugar certo. É a imaginação tão caprichosa, que para qualquer mostra de alegria logo uma causa inventa de alegria; e se medo lhe vem da noite em curso, transforma um galho à-toa em feroz urso.
Tal é o ambiente em que você é convidado a adentrar, tanto quando ouve One Cell in the Sea (2007), quanto Bomb in a Birdcage (2009). Ambos contam com a voz apaixonante de Ali combinada com piano (ela é autodidata, sim senhor) e as letras criadas por ela mesma (que às vezes dão do nada aquela sensação de "Ei, já passei por isso!" ou "Ufa, não sou o único." - tipo em You Picked Me - minha preferida, by the way), intrinsecamente ligadas à natureza e ao espírito de fantasia de C.S. Lewis e Lewis Carroll.
Contudo, houve uma certa evolução nesses dois anos de distância entre os álbuns. Alison mesma diz: "On the first record, I felt very young, and I think I made up for it by being very serious... about everything... This time, I didn't want to limit myself. I wanted to stretch and grow and push myself past my comfort zone. I also wanted to have fun."
Ironicamente, não estamos falando nem de longe sobre música frenética. O nome, na realidade, vem de um trecho de Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare (em tempo: seu livro preferido é Orgulho e Preconceito, de Jane Austen) e nada melhor que o próprio para descrever FF:
Teseu - Mais estranha do que veraz, decerto. É-me impossível acreditar em fábulas antigas e em histórias de fadas. Os amantes e os loucos são de cérebro tão quente, neles a fantasia é tão criadora, que enxergam o que o frio entendimento jamais pode entender. O namorado, o lunático e o poeta são compostos só de imaginação. Um vê demônios em muito maior número de quantos comportar pode a vastidão do inferno: tal é o caso do louco, O namorado, não menos transtornado do que aquele, enxerga a linda Helena em rosto egípcio. O olho do poeta, num delírio excelso, passa da terra ao céu, do céu à terra, e como a fantasia dá relevo a coisas até então desconhecidas, a pena do poeta lhes dá forma, e a essa coisa nenhuma aérea e vácua empresta nome e fixa lugar certo. É a imaginação tão caprichosa, que para qualquer mostra de alegria logo uma causa inventa de alegria; e se medo lhe vem da noite em curso, transforma um galho à-toa em feroz urso.
Tal é o ambiente em que você é convidado a adentrar, tanto quando ouve One Cell in the Sea (2007), quanto Bomb in a Birdcage (2009). Ambos contam com a voz apaixonante de Ali combinada com piano (ela é autodidata, sim senhor) e as letras criadas por ela mesma (que às vezes dão do nada aquela sensação de "Ei, já passei por isso!" ou "Ufa, não sou o único." - tipo em You Picked Me - minha preferida, by the way), intrinsecamente ligadas à natureza e ao espírito de fantasia de C.S. Lewis e Lewis Carroll.
Contudo, houve uma certa evolução nesses dois anos de distância entre os álbuns. Alison mesma diz: "On the first record, I felt very young, and I think I made up for it by being very serious... about everything... This time, I didn't want to limit myself. I wanted to stretch and grow and push myself past my comfort zone. I also wanted to have fun."
BiaB mantém o charme e o lirismo cativantes de OCitS (para mim a melhor definição é a palavra "mellow"), mas comporta também novas texturas, como a entrada de guitarra elétrica (em Electric Twist), indo até o ponto de Stood Up, a mais contrastante e "a mais desregrada que eu já tinha sido" - enfim, uma atmosfera diferente, mas ainda bem ligada ao debut album (também porque é mais explicíta a dinâmica de banda, saindo daquele Ali Sudol = AFF).
Eu poderia me alongar mais ainda e destacar trechos deliciosos de suas 25 e poucas músicas (o que faria com prazer com quem quiser), mas agora saliento um fator exclusivo a poucos músicos, para mim ao menos: um sentimento fã-artista de proximidade, intimidade. Ali consegue isso não apenas pela música, como também pelo Twitter (1638555 seguidores + eu) (e quero, dizer, no mínimo gera um sorriso ler "just wrote a song. my favorite feeling") e blog (que, apesar dos três posts, dá aquela vontade de conhecer a respectiva!). É o tipo de pessoa que explica como queimou a sopa, que mostra o que tem na bolsa (ela tem ouvido Camera Obscura, Belle and Sebastian, Postal Service e Death Cab em seu Ipod vermelho) e que se defina como uma nerd no ensino médio.
Enquanto o terceiro álbum não sai (ela declarou que começou a escrever músicas para o que seria um mais parecido com o primeiro), se delicie com o que esses cabelos ruivos têm de escancarados.
Oi,sou fã da Ali também e acho as músicas dela o máximo, principalmente do primeiro álbum mas queria dizer que ela não entrou na faculdade aos dezesseis não, ela só terminou o ensino médio, que eu saiba ela acabou não fazendo faculdade.
ResponderExcluirLembrete mental: linkar para as (pelo menos algumas das) fontes de onde tiro as informações. Seu comentário é muito coerente, obrigada pelo toque, vou arrumar no texto :]
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