quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aerosmith: Back in the Saddle… Again!

62, 59,59, 58, 58. Steven Tyler, Joe Perry, Joey Kramer, Brad Whitford, Tom Hamilton. Sabe aquela história de que rockstar não pode ser velho, então... Todos provavelmente nasceram antes de nossos pais, mas são muito mais jovens que nós. No rock você nunca envelhece, fica maduro. Pelo menos foi o que mostrou o Aerosmith na sua última passagem por São Paulo, no dia 29 do mês passado.

Algum tempo antes da entrada dos monstros, veio à tona a velha discussão de que o rock, assim como a arte em geral e Paul McCartney, morreu. “- Essa é a última geração de roqueiros.”; ”-Nossos filhos não terão isso.”; “- O Dio morreu (antes ele do que eu).” Porém todo o blá blá blá se dissipa quando, em meio aos epitáfios do estilo, surge o símbolo da banda em um grande bandeira.

"Rainy Day Women #12 & 35", um pequeno blues de Bob Dylan sobre “ficar chapado”, infesta o ambiente, fazendo uma brincadeira com o apelido de Perry e Tyler, herdado dos anos 80, de “Toxic Twins”. Com o fim da música, surgem os cinco integrantes e, contra todas as expectativas, soltam "Eat the Rich" logo de cara, o que pareceu uma grande ironia para quem pagou, no mínimo, 125 reais pra estar lá.

O repertório agradou tanto aos fãs de longa data, com as setentistas "Back in the Saddle", "Toys in the Attic" e "Dream On", como aos que foram para ver uma faceta mais pop da banda, ou seja, a das músicas dos anos 90 como "Pink" e "Jaded". Além, claro, de "Crazy" e "Cryin’" que, tocadas em dobradinha, geram gritos ensurdecedores de garotas e fazem o momento de muitos casais.

Contudo, o ponto alto do show foi mesmo "What it Takes". Tyler, que cantou os primeiros versos sem acompanhamento, mostra que ainda consegue alcançar os famosos agudos, levando todos os emocionados, e desafinados, corações partidos junto com ele. O perfeito solo de Perry, com novo visual no melhor estilo Piratas do Caribe, também arranca gritos femininos.

O guitarrista também participa de um dos momentos inesperados do show, na hora em que diz que muitos fãs o abordam falando que já ganharam de seu personagem no jogo Guitar Hero, ele pergunta: “- Ok, mas quem é melhor o jogo ou a vida real?”. Depois de um duelo guitarrístico com ele mesmo na versão virtual, volta e diz: “- É... acho que a vida real.”. Um pouco de veneno para aqueles que pensam que uma guitarra de plástico está a um passo da realidade.

O que o Aerosmith, com seus mais de 40 anos de carreira, expressa é a sensação de ser uma banda atemporal, que, sem deixar as raízes de lado, conseguiu absorver as melhores características de cada década pela qual passou. As longas jams psicodélicas/blueseiras dos anos 70, o exagero, que vai desde o jogo de luzes e as roupas, até a guitarra de dois braços que Perry usa, mesmo que toque só um deles, dos eighties, as baladas melosas dos anos 90 e o guitar hero dos dias de hoje.

Tyler, que em outro dos momentos inusitados do show ganhou a calcinha de uma fã, mostra que, apesar dos incidentes passados com a banda nos últimos meses, está em total interação com os outros integrantes. Seja fazendo brincadeiras com Perry ou ajudando Joey Kramer no solo de bateria, o vocalista é o maestro da banda, demonstrando o óbvio: sem ele não há Aerosmith e vice versa.

O brilhante show da turnê Cocked, Locked, Ready to Rock mostrou que, se fora dos palcos a banda ainda tem alguns problemas, dentro dele ela está melhor do que nunca. Os velhinhos estão aí, Back in the Saddle. Por quanto tempo, ninguém sabe, por isso, aproveitemos.

9 comentários:

  1. guitar hero no meio do show? merchandising (mal feito, apesar de muito criativo) dentro de um evento que já estava absurdamente caro.

    além de aumentar o preço em relação a três anos atrás, substituir velvet revolver por cachorro grande, aderir a moda pista premium, não mudaram o set list - aliás só diminuíram.

    até o ponto alto do show que na minha opinião é o solo de gaita, o Tyler vacilou. E todo aquele mimimi entre os integrantes no final, transpareceu falsidade.

    Sério, Aero já fez - e pode fazer - um show muito melhor para representar a tal última geração.


    (Crítica ao show e não ao texto haha)

    Abraço !

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. (Buaaaaaaa, eu quase chorei com o comentário do Lacerdinha...)

    Quando eu comento o texto em si, as pessoas me cornetam, então vou discorrer sobre o conteúdo ;)

    Concordo com o fato de ser muito caro: reflexo de uma banda muito boa e de uma produção melhor ainda (hahahaha).
    E digo mais, guitar hero foi MUITO LEGAL! O Perry de Piratas do Caribe então, me ganhou MEGA fácil (hahahaha) :)

    Creio que o fato do show estar "absurdamente caro", ou a inserção da pista premium (algo que, na minha opinião, não é nem um pouco ruim), ou o mimimi (coisa que falta em algumas pessoas) dos integrantes, só reitera o estágio que o Aerosmith alcançou: um patamar que mesmo com alguns problemas estruturais, continua fazendo shows brilhantes e impecáveis (digo: som, iluminação, pontualidade, comprometimento, animação e ROCK, muito ROCK).

    De novo, minhas impressões pessoais, eu te faço em off, mas adianto: esse foi o melhor até agora, Tuca ;)

    Com carinho

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  4. Se ninguém fará, eu comento sobre o texto. Continuo acreditando que vc tem mais potencial do que está mostrando, e achei o texto um pouco encharcado demais de emoção... um certo distanciamento é sempre importante. é o que eu acho, não me leve a mal :)

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  5. Eu sei que é estranho comentar meu próprio texto, mas como não vou encontrar o Lacerdinha tão logo, então vai aqui msm:
    - Sobre o guitar hero: não pensei como merchandising, mesmo. Achei uma puta sacada que dá uma renovada no clássico " hora do solo do nosso guitarrista fodão".
    -Sobre preços e etc.: Você diz isso como se fosse uma opção da banda, quando na verdade não é. Todos os show estão caros, lembra quanto foi o ACDC? Também imagino que eles não tem controle sobre a história da pista premium( posso estar enganado).
    -Sobre o set: Tocaram umas 2 horas e pouco, muita mais que a maioria das bandas.
    A idéia não é querer consagrar o que já é consagrado, mas o show foi bom(pra mim). É isso.

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  6. " No rock você nunca fica envelhece, fica maduro."

    O que é "ficar envelhece"?

    Onde está o editor disso aqui?

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  7. QUanto ao texto, ta bem legal Tuka, sua presença no blog ta sendo bem positiva.
    Quanto ao show em si, não fui, mas concordo com o o ponto de vista do tuka sobre o guitar hero e o resto. Entendo em partes a posição do Dinha, mas o que ele fazem esta dentro do padrão de espetaculo.
    Quanto ao anônimo, acho justo pedir o editor, não ha vergonha nenhuma nisso, no fim serviu para melhorar o texto, o que é melhor pra todos. Isso me leva à pergunta: porqeu ficar anônimo. Desse jeito que ta parec só alguem querendo desmerecer o blog de graça.
    Seja la quem for, se teve boa intenção, faça isso as claras.
    Quanto a questão de muita emoção no texto, acho correta e justa a crítica, mas pessoalmente prefiro assim.
    Abração, continue escrevendo Tuka.
    Obs:"Todos """provavelmente""" nasceram antes de nossos pais". Bronha qu o diga né...

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  8. Não vi muito o blog, poucas coisas, mas pelo q vi, acho importante lembrar que são críticas mais jornalísticas, e não análises científicas, o q necessariamente implica na exposições das impressões deixadas e por consequencia emoções... Além do mais, isso se vale como um recurso para deixar o texto mais leve e próximo dos leitores, especialmente nas comparações como "estilo Piratas do Caribe"... isso somado ao tom informal, como se fosse uma conversa, em alguns momentos narrativo, deixa o texto mais fluido e tende a prender o leitor...
    achei o texto divertido, bom uso de ironias, explicativo sem ser enfadonho [jah q, perdoem-me, não conheço eles direito]...
    Distanciamento há: não usa primeira pessoa, não transmite opinião diretamente...
    levando em conta para quem se dirige o texto e pra proposta q eu absorvi do blog, está bom!
    eu acho isso xDD

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