domingo, 21 de março de 2010

Esse Você Precisa Ouvir: London Calling, do The Clash

London Calling - The Clash - 1979

Não tem como falar de London Calling sem falar de duas coisas: da capa e do contexto sócio-geográfico-musical em que foi lançado. A história da capa todos sabemos: a foto que transmite Punk puro somada à referência ao primeiro cd de Elvis se transformou em clichê e foi reproduzida milhares de vezes nas camisetas dos garotos de gerações posteriores. O tal do contexto é a Inglaterra de 1979. O movimento punk acabou aí? Ou estava em seu auge?

Depende. Do ponto de vista musical, pelo menos, estava em seu auge. Os primeiros acordes já anunciam ao mesmo tempo a maturidade musical (entenda como menos distorção) e o aviso de que Londres está chamando para um recado. As faixas, de fato, possuem solos nada sofisticados, de curta duração e as letras, politizadas - apesar de alguns críticos afirmarem que o Clash não sabia do que falava - cumprem o papel punk; a produção excelente, saxofones freqüentes e pianos ocasionais dão um tom muito sofisticado, sofisticado demais se comparado ao Nevermind The Bollocks de dois anos antes; além disso, os backing vocals de Mick Jones sempre foram uma característica que os diferenciou das demais bandas punk.

Antes de tudo, apesar de estar em todos os top10 álbuns de todos os tempos, saiba que este não é um disco "Death or Glory": até pessoas que não gostam de rock o acharão agradável. As músicas são parecidas entre si estruturalmente, mas não sonoramente, como deve acontecer num bom álbum. E ele não é repetitivo, mesmo com 19 faixas.

Este é um daqueles 1001 discos que você precisa ouvir antes de morrer. Cada faixa tem seu toque e, bom, muitas delas são verdadeiros clássicos do rock. Sinceramente, a ordem não importa. Trinta anos depois ainda faz sentido ouvi-lo, mesmo que aos pedaços. O encarte é lindo. Possui muito mais fotos como a da capa e letras estilizadas, com pequenas alterações e rascunhos. Pra falar a verdade, nunca cheguei a baixei álbuns inteiros, mas tenho orgulho de ter este na minha estante. Mostrei o CD para a minha mãe essa semana no carro, apresentando-o como uma banda punk de verdade. No final ela disse "É só rock pra mim". Talvez seja. But We Like It.

Um comentário:

  1. dinha, só pra pagar de mala, em contexto sócio-geografico-musical, você falou de Inglaterra e punk. Cadê o sócio, melhor ainda, cade as referências ao governo que se iniciava da Tatcher?
    Abração viado, esse disco é fodastico mesmo.

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