segunda-feira, 29 de março de 2010

Nove Motivos Para Ver 9

9 - Shane Acker (dir.) - 2009


Lançado há alguns meses (especificamente no dia 9/9/09 nos EUA) , fui assistir ontem a “9 – A Salvação” (por sinal, péssima tradução para o português, já que originalmente é somente o número). Já tinha algumas expectativas por causa de um dos produtores, de indicações de amigos e porque a Super (interessante) tinha publicado algo a respeito; enfim, fui ver já com bons olhos. A sorte foi que nem precisava disso, e te dou até uma lista do porquê você também deve apreciar o filme:

1. Em primeiro lugar, a história em si já é um atrativo, para mim pelo menos – adoro ficções futuristas-negativas barra pós-apocalípticas [ok, esse meu gosto é baseado em livros como 1984 e Admirável Mundo Novo e histórias afins]. Nesse caso, é uma realidade em que os seres inventados pelo diretor Shane Acker, uns bonecos humanóides, tentam sobreviver num ambiente desolador (emptiness) habitado também por “beasts”. Não é um filme infantil – em algumas cenas vem até um o/. Com um leve toque de magia na parte que aborda a alma, o filme mostra um futuro dos anos 20 e 30 que não aconteceu.

2. O fato de ser uma animação é encantador. Certamente não porque as coisas ficam “fofinhas” (esse filme passa longe disso), mas porque o campo de possibilidade cinematográficas se expande de modo considerável. Vários cenários são de levantar as sobrancelhas mesmo, principalmente porque o ponto de vista dos personagens é de perto do solo. Dá até vontade de chegar na tela e sentir a textura do material com que é feito 9 e os outros. Das máquinas é possível observar características felinas, ursinas (?) e de vários animais, ao mesmo tempo em que o ferro é preponderante e adquire um aspecto mais ameaçador. A fotografia e as cores, por fim, fazem de cada segundo um quadro.

3. Tem um toque de Tim Burton. Quero dizer, meu overthetop dele ainda é Big Fish, mas só por ele ser um dos produtores já faz um “me olha, tia”.

4. Por mais o.O que possa parecer, em alguns momentos eu reparava mais em detalhes do que no curso geral dos acontecimentos, sem estar explícito na fala (pouca) do filme. Isso me deixava mais curiosa, porque a qualquer momento poderia aparecer um aspecto pequenino, porém marcante. Do tipo de reparar nas diferenças mínimas entre os puppets (adivinha quantos são no total?), numas ironias escondidas, ou no ímã, a droga do número 8. E aposto que se eu reassistir ao filme, vou achar mais, e continuar me deliciando com o esmero com que foi feito – afinal, foram quatro anos e meio!

5. A moral da história deixa a desejar, o que eu incluiria nos pontos negativos (sei lá, não esperava ver frases clichezinhas). Mesmo assim, você se pega refletindo em algumas partes qual ação você tomaria, se aquilo foi estúpido ou não, quem você mais admiriria, e o fim se expõe bonitamente.

6. Dá para ser visto com qualquer idade, com qualquer pessoa. É claro que vai adquirir diferentes significados para cada um (de certo uma criança não associaria a cidade destroçada com a Revolução Industrial ou o símbolo da ditadura vigente até pouco com a suástica), mas por isso mesmo a película torna-se rica em sentidos.

7. Dura meros setenta e tantos minutos. Isso quer dizer que, se você não curtir, será pouco; e se você gostar, não tem encheção de linguiça e não cansa. Dá até pra colocar em Ipods e cia, pra ver no ônibus xD

8. O dvd vem repleto de extras indispensáveis para quem gosta dos behind the scenes. Conhecemos os dubladores (entre eles Elijah Wood, mais conhecido como Frodo e um velho com a voz mais legal), o tal Shane Acker (a mente genial que criou a história), o curta-metragem embrião do filme (é mudo – quer dizer, sem falas – e dá pra perceber a evolução para o longa), a produção e os sketches do processo para o 3D (inclusive como os designers precisavam atuar para melhor imaginar as cenas!) e muito mais material que sacia parte da curiosidade de quem o assistiu.

9. Olha quem mais concorda comigo: http://www.filminfocus.com/focusfeatures/film/9/reviews. Dá pra ter uma idéia melhor sobre o geral e perspectivas que eu não tive, mas sugiro simplesmente alugar o filme, deitar no sofá e ver primeiro. Enjoy!

PS: Meus preferidos são o 3 e o 4.

3 comentários:

  1. Acho que não destoou não, Aninha! Pelo contrário, o texto tá muito bom! É o seu estilo de escrever - e não há nada errado com isso.

    =)

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  2. Ae, o primeiro filme!! E a primeira lista! \o/

    Eu acho que ficou diferente, e sendo diferente é ótimo. Se não quiséssemos diversidade não teríamos esse monte de gente escrevendo ;D

    O meu preferido é o 3, me satisfaço facilmente só com ele, haha

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