quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Caixa: velho dilema moral transformado em ficção científica


Você consegue viver com a morte de um desconhecido na consciência - por um milhão de dólares?

É mais ou menos assim que começa A Caixa. Um homem misterioso, com uma cicatriz enorme no rosto (Frank Langella, talvez mais conhecido pelo seu papel em Frost/Nixon, de 2008), faz uma proposta ao casal Norma (Cameron Diaz) e Arthur (James Marsden): eles têm 24 horas para decidir se apertam ou não o botão de uma caixa. Caso apertem, duas coisas vão acontecer – ganharão 1 milhão de dólares e alguém que eles não conhecem morrerá.



Arthur Lewis é um engenheiro da NASA que sonha em ser astronauta, mas é rejeitado por ter reprovado o exame psicológico. Norma é uma professora de literatura em uma escola particular, onde recebe um desconto para o filho Walter estudar. Como qualquer família de classe média, eles se deparam com dificuldades financeiras: o tal desconto da escola é cortado, Norma precisa operar o pé (desfigurado há muitos anos devido à negligência médica)... Enquanto estão sentados discutindo se devem ou não apertar o botão, e se realmente vai acontecer alguma coisa, de repente Norma adianta-se e finalmente aperta o botão.

A próxima cena é exatamente o que todos esperam: Arlington, o homem da cicatriz, aparece à porta da casa com uma maleta contendo um milhão de dólares e leva a caixa embora, apesar dos protestos do casal para desfazer o acordo. E aí começa a seqüência de acontecimentos bizarros, começando pela morte de uma mulher (como Arlington havia dito que aconteceria caso o botão fosse apertado).

Apesar da direção de arte impecável e a premissa interessante, o filme se perde em meio a conspirações alienígenas e seqüências de acontecimentos desnecessariamente confusas e que não adicionam nada à história. A trilha sonora também em certos momentos é exagerada, dando um certo aspecto cômico ao filme. Nas atuações, também não há o que comentar de muito positivo. Até que Cameron Diaz se vira bem no papel, apesar da personagem não ter lhe favorecido. Já James Marsden não conseguiu se desvincular da sua imagem de Ciclope “bonzinho” que construiu com a trilogia X-Men.

O filme me passou a impressão de que o diretor e roteirista Richard Kelly quis fazer um caldeirão de referências e de pontos de vista que, no fim, só ficou confuso porque cada um desses pontos não foi aprofundado o suficiente para o espectador parar e refletir. De dilema moral e crise econômica, ele permeia por elementos conspiratórios e religião, para desembocar num moralismo manjado. Inúmeras questões são levantadas e ficam no ar sem respostas, e a mensagem mais clara que dá para captar no meio de tudo isso é que o altruísmo salvaria a humanidade.


3 comentários:

  1. Olha soh... a Renatita escreveu uma review!

    E muito informativa, por sinal...

    E... bom, nao tenho mto mais o que falar sorry.

    Soh que ta mto bem escrita, parece ateh profissional xD

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  2. Qual é a dúvida? press the button!

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  3. Essa é a Raquel que eu conheço... hauhsuhasu!

    Bom texto, filha!

    =D

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